Biomedicina
A loucura pode ser vista em dois enfoques principais, o primeiro deles que é a visão menos usada, seria de que a loucura seja uma experiência corajosa de desligamento com o real, e negação do mundo instituído. Outra tendência sobre como a loucura é encarada sendo que esta é a mais utilizada, seria de que o louco representa um grande perigo para toda a sociedade que é normal, e para ele mesmo, logo é um desvio dos padrões normais do grupo social, justificando o total afastamento do louco da sociedade, sendo assim, Esquirol dava cinco motivos para isso: garantir a segurança pessoal dos loucos e de suas famílias; liberá-los das influências externas; vencer suas resistências pessoais; submetê-los a um regime médico; e impor-lhes novos hábitos intelectuais, de fato o que queria era dominar o poder do louco, neutralizar os poderes que de fora possam exercer sobre eles, estabelecer um poder terapêutico e de adestramento (PEREIRA, 1985).
De acordo com o livro de Foucault, observa-se que a loucura não é o contraponto da razão, pelo menos a partir da era clássica. Contudo, a loucura foi pouco a pouco sendo incorporada à razão, por isso, se ocorre alguma forma de resistência, essa se dá nas outras formas da desrazão, que não aquelas submetidas ao confinamento. Neste ponto de vista, consegue-se assimilar uma aproximação entre as ideias de Foucault e as lutas da antipsiquiatria do final dos anos 1960, pois apesar das diferenças entre Foucault e os antipsiquiatras (David Cooper e Ronald Laing, no Reino Unido; Franco Basaglia, na Itália, entre outros), existe um ponto em comum entre eles: a crítica ao enclausuramento da loucura sustentado pelo poder médico (FOUCAULT, 2007).
O médico tem agora no seu papel, uma relação de poder bastante específica: a que, no ato mesmo da sua aplicação, produz a verdade absoluta sobre a doença, como é visto no livro História da loucura. A loucura passa a ser institucionalizada, como sendo um artifício espacial que garante