biologia
Identidade
Vemos
uma
pessoa
desconhecida em uma festa, no pátio da escola ou no ponto de ônibus. Não sabemos nada a seu respeito. É um enigma a ser desvendado. Será? Nem tanto... A partir do momento que a olhamos, já começamos a conhecê-la: discriminamos seu sexo (homem ou
Quem é ela?
mulher), sua faixa etária (criança, jovem, adulto), sua etnia.
E, se prestamos mais atenção, podemos perceber alguns
“detalhes” que fornecem outros indicadores sobre este desconhecido, ou seja, o modo de se vestir e os piercings o situam em determinado grupo; o broche na roupa — uma estrela vermelha — “fala” de sua opção por determinado partido político...
Aí, nos aproximamos da pessoa e vem a “famosa” pergunta:
— Qual o seu nome?
Depois dessa primeira pergunta, podemos fazer muitas outras... mais ou menos como aquelas da ficha para procurar emprego, do formulário para fazer crediário ou das entrevistas iniciais com o psicólogo
— onde mora e estuda, a idade, a religião, se trabalha ou não, o que gosta e o que não gosta de fazer, enfim, um roteiro que pode ser interminável e se referir ao presente, ao passado e ao futuro desse desconhecido que começa a deixar de sê-lo.
Conhecer o outro é querer saber quem ele é.
— Quem é você? Quem sou eu?
Perguntas não tão simples de serem respondidas e que acompanham a história da humanidade.
Na Grécia Antiga, na cidade de Delfos, havia o oráculo do deus
Apoio, em cujo frontispício havia o lema: “Conhece-te a ti [pg. 202] mesmo”. Na famosa tragédia de Sófocles (Édipo rei), em dúvida quanto à sua origem, Édipo procura este oráculo para saber quem ele é — sua identidade — e a resposta é aterradora: Édipo é aquele que dormiria com a própria mãe e mataria o pai.
Muitos séculos depois, Shakespeare escreveria uma peça —
Hamlet — cujo mote se vulgarizou: “ser ou não ser... eis a questão”. No início deste século, Machado de Assis escreve um romance — Dom
Casmurro — que é um primor enquanto