biologia aplicada
Editor de Política
As suspeitas envolvendo a compra dos kits de materiais escolares pela Prefeitura de São José dos Campos terão dois novos desdobramentos nesta semana.
O Ministério Público, que investiga denúncias de fraude e superfaturamento no caso, deve apresentar até a próxima sexta-feira uma análise prévia da documentação encaminhada pelo governo Carlinhos Almeida (PT) --apresentada na primeira quinzena de abril, a defesa tem mais de 1.000 páginas.
O inquérito pode resultar em uma ação judicial contra o prefeito ou no arquivamento das denúncias.
Antes do parecer do MP, na terça-feira, a Comissão de Educação da Câmara, dominada por vereadores aliados de Carlinhos, promete divulgar o seu relatório sobre o caso, depois de quase dois meses. A tendência é que o documento reforce a tese do governo, de que as principais distorções de preços apontadas foram provocadas por “erros de digitação”, reconhecendo somente falhas na distribuição dos materiais e isentando o prefeito de qualquer responsabilidade.
“A gente tem algumas observações, mas vamos apresentar primeiro aos vereadores”, afirmou o relator da comissão, Calasans Camargo (PRP).
Memória. A Prefeitura de São José comprou 66.400 kits de materiais escolares para os alunos da rede municipal de ensino por R$ 14,550 milhões.
A despesa, porém, foi colocada em xeque por suspeitas de superfaturamento e de irregularidades no pregão que definiu o fornecedor.
Conforme revelou O VALE, a prefeitura pagou até 74,4% mais caro pelos kits em relação aos preços praticados por papelarias da cidade, sem os ganhos proporcionados por uma negociação no atacado.
O jornal também mostrou que registros da Junta Comercial do Estado revelam ligações entre a segunda colocada do pregão e o consórcio Inovalle, que acabou contratado pela prefeitura (veja quadro).
A essas denúncias se somaram queixas de pais de alunos sobre a qualidade dos materiais fornecidos e o atraso na entrega --alguns alunos receberam seus kits