Biografias
Antônio Castilho de Alcântara Machado d'Oliveira (São Paulo, 25 de maio de 1901 — Rio de Janeiro, 14 de abril de 1935) foi um jornalista, político e escritor brasileiro. Apesar de não ter participado da Semana de 1922, Alcântara Machado escreveu diversos contos e crônicas modernistas, além de um romance inacabado. Nasceu em 1901 em São José do Mauá, família de italianos e escritores, formou-se em direito no ano de 1924, na Faculdade de Direito, onde o pai José de Alcântara Machado, também escritor, era professor. Porém, Alcântara nunca exerceria a profissão de jurista, preferindo aos dezenove anos iniciar a carreira de jornalista, na qual chegou mesmo a ocupar o cargo de redator-chefe doJornal do Comércio
BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA de Alcântara Machado
O livro é composto de 10 contos, mantendo uma característica fundamental do gênero que é a densidade. Todos são curtos e apresentam os elementos mínimos indispensáveis, sem alongar-se em qualquer descrição de cenário ou de personagem. Apresenta apenas os dados essenciais para que a narrativa possa ancorar no espaço desejado, valorizando o mapeamento da cidade, por isso, são freqüentes as citações de nome de ruas e de bairros. O espaço é essencialmente urbano, com suas dificuldades e com a luta das pessoas para nele se adaptarem. Podemos dividi-lo em espaço interno, fechado, mostrando as pessoas em casa, no seu viver cotidiano, seja numa condição não muito comum, como o velório, seja na rotina diária, refeição, conversação informal, etc. O tempo é cronológico e alguns contos apresentam unidade de tempo, como: Lisetta, Corinthians (2) Vs. Palestra (1), O Monstro de Rodas, Armazém Progresso de São Paulo, desenvolvendo-se a ação num só dia. Outros contos, porém, já não apresentam esta unidade, com a ação alongando-se por mais de um dia, numa seqüência, revelada de modo elíptico, muitas vezes representado simbolicamente pela duplicação do espaço em branco que separa um parágrafo do outro, uma