Biografia
Hélder Pessoa Câmara nasceu em Fortaleza, em 1909. Ainda jovem, aos 14 anos, entrou no Seminário da Prainha de São José, em Fortaleza, para cursar filosofia e teologia. Aos 22 anos, em 1931, Hélder se ordena sacerdote. Na sequência, passou a exercer o cargo de diretor do Departamento de Educação do Estado do Ceará. Realizou a função por cinco anos, até ser transferido para o Rio de Janeiro.
Foi no Rio de Janeiro que desenvolveu algumas de suas principais obras sociais. Fundou a Cruzada São Sebastião, que era destinado a atender favelados, e também o Banco da Providência, que ajudava famílias pobres. Dom Hélder colaborou com revistas católicas, além de exercer funções na Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e no Conselho Nacional de Educação.
Recebeu um convite para ser assessor do arcebispo do Rio de Janeiro em 1946. Foi o responsável pela fundação do Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que o elegeu Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro.
Em 1964, pouco antes do golpe militar, Dom Hélder foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife. Após escrever um manifesto de apoio à ação católica operária em Recife, foi acusado de demagogia e comunismo, sendo proibido de se manifestar publicamente.
Ficou conhecido por ter se tornado um líder contra o autoritarismo e os abusos aos direitos humanos, frequentemente praticados pelos militares. Além disso, atuou em movimentos estudantis, operários, ligas comunitárias contra a fome e a miséria. Foi um defensor da justiça e da cidadania.
Mas a repressão estava cada vez mais dura. O assessor de Dom Hélder, o padre Antônio Henrique, foi preso, torturado e morto. Além disso, outros vinte colaboradores de sua arquidiocese são presos e torturados. Em 1970, fez um pronunciamento em Paris, denunciando a prática de tortura a presos políticos no Brasil, aproveitando-se da importância crescente que passava a ter. Dois anos depois, foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz.
O governo militar não