Biografia Sergio Cezar
O arquiteto de papelão
Negro de família humilde carioca, Sergio Cezar já passou maus bocados na vida. Filho de porteiro e empregada doméstica, ele começou a transformar sucata ainda moleque.
Com o tempo, desenvolveu uma técnica toda especial que hoje encanta muita gente. Sérgio revela poesia e brasilidade, além de originalidade e talento.
A matéria-prima de suas instalações e esculturas é o lixo. De entulhos e sucatas, ele é capaz de reconstruir artisticamente casinhas, sobrados, bares, cortiços, morros inteiros.
Suas obras ricas em detalhes contam histórias, revelam o que muitas vezes nossos olhos já não podem ver. As esculturas são vivas, iluminadas, com vozes.
Por meio de suas miniaturas, vemos um Brasil que não conhecemos. Suas maquetes respiram a poesia, a alegria e a simplicidade da essência brasileira.
Há uns 20 anos, ninguém iria comprar uma obra com matéria-prima que foi encontrada no lixo. Na realidade, o que eu procuro retratar é a alma das pessoas que vivem nos lugarem que eu crio. Não coloco personagem no meu trabalho. Mas eles existem. E o meu trabalho só está pronto quanto eu vejo quem está morando lá".
Há quase 30 anos, Sergio trata de questões como meio ambiente e inclusão social. Em 1998, criou a ONG Recuperar-te com o objetivo de desenvolver projetos de inclusão social. Lá, dá cursos de artesanato para crianças e jovens de comunidades carentes, além de desenvolver projetos para a construção de autonomia dos jovens, auto-estima, expressão e, principalmente, de educação.
O trabalho realizado pelo artista Sergio Cezar está contribuindo para a memória coletiva de gerações. Uma arte fácil de ser compreendida e que se tornará um referencial e o testemunho de uma época.
Favela Complexo de Fátima na abertura da novela "Duas Caras"
Em 2007, Sergio Cezar criou a “Favela Complexo de Fátima” de 64 m² para a abertura da novela Duas Caras, exibida pela Rede Globo. Na maquete, composta por um amontoado de