Bibliotecas na alexandria
Desde as ancestrais bibliotecas de Eblas e de Alexandria, as bibliotecas foram criadas como receptáculo e refúgio de fontes de conhecimento que, durante muito tempo, ficou longe do acesso do cidadão comum, pois, nos primórdios da biblioteca na Europa, era mínima a parcela letrada e capaz de compreender o código escrito. Além disso, havia uma questão de ordem políticoreligiosa, que alijava o homem do povo do contato com o saber, de maneira que o poder pudesse ser mantido com base na ignorância servil da população. Em finais da Idade Média, já na Renascença, surgiram as primeiras universidades, ainda sob o controle das ordens religiosas, mas já abriam
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caminho para o domínio laico. Para o mundo cristão ocidental, tal fato representava a possibilidade de transpor o conhecimento - antes basicamente restrito aos religiosos - para outras áreas e aplicações. Como nos primórdios do surgimento das bibliotecas universitárias, ainda hoje obter conhecimento significa obter poder; significa possuir instrumentos que controlem o fluxo de informação e, por sua vez, possuir poder sobre sua distribuição. As primeiras coleções universitárias foram as de Oxford e de Sorbonne que, conta a história, tiveram grandes bibliotecas. Apesar do inicial distanciamento da religião, os ambientes dessas bibliotecas lembravam, em muito, o ambiente dos templos e os livros, geralmente manuscritos, eram presos com longas correntes às estantes (Milanesi, 2002). A livre circulação de informações que testemunhamos, atualmente, não poderia sequer ser imaginada pelos letrados daqueles tempos. Ainda que, em uma zona geopolítica e socioeconômica limitada, não se pode negar a expansão da quantidade de conteúdo publicado na internet. Se, no passado, o leitor era mantido em uma posição de receptor passivo da informação filtrada pelo poder, hoje existe a possibilidade de ser esse mesmo leitor um colaborador na criação do conteúdo a