Bernardino Ramazzini
No ano em que se comemoram os 300 anos do lançamento da primeira edição da obra-prima de Bernardino Ramazzini (1633-1714), intitulada De Morbis Artificum Diatriba, ao português elegantemente traduzida pelo Dr. Raimundo Estrela, sob o título As Doenças dos Trabalhadores, torna-se extremamente oportuno investigar, analisar e divulgar, um pouco mais algumas facetas da vida e obra deste, Mestre da Medicina muito mais como um exercício de inspiração, do que de erudição ou História.
Na verdade o estudo da vida e obra de Ramazzini não é inédito, posto que centenas de estudiosos e pesquisadores da História da Medicina, no mundo inteiro e no Brasil, têm se dedicado a este fascinante exercício, havendo muitos deles publicado seus achados e reflexões, em revistas especializadas e na forma de livros sobre História da Medicina, História da Medicina Social, História e Saúde Pública, ou História da Medicina do Trabalho. Entre os historiadores da Medicina Social e Saúde Pública, Henry Sigerist (1891-1957) e George Rosen (1910-1977) destacaram-se por suas contribuições de abrangência universal, onde a obra de Ramazzini é tratada de forma muito especial.
Entre nós, parece ter sido o Dr. Francisco Carneiro Nobre de Lacerda Filho um dos primeiros a estudar, publicar e divulgar a vida e obra de Ramazzini, já nos idos de 1940, e depois em 1956, em seu livro Homens, Saúde do Trabalho. É de 1956, também, a contribuição do Dr. Bernardo Bedrikow, quando publicou texto sobre Ramazzini - O Pai da Medicina do Trabalho, que por seu conteúdo e beleza permanece mais atual que nunca. Mais tarde, o Dr. Raimundo Estrela, ao apresentar a tradução da obra-prima de Ramazzini, ao português, sobre sua vida e obra se pronunciou, com a erudição e o estilo, próprios de um fino escritor como é. Outrossim, é quase certo que outros colegas também o tenham feito, em diferentes momentos e lugares, o que reforça nossa tese sobre a