Bergson Trabalho Final
“o tempo não é espaço” mas poderseia perguntar se as dificuldades insuperáveis que certos problemas filosóficos levantam não advêm por teimarmos em justapor no espaço fenomenos que não ocupam espaço, e se, abstraindo das grosseiras imagens em torno dos quais se polemiza, não lhe poríamos termo. tema: questão da liberdade de entre os problemas escolhemos aquele que é comum à metafísica e á psicologia, o problema da liberdade conclusão dos dois opostos: tentamos estabelecer que toda a discussão entre os deterministas e seus adversários implica uma confusão prévia entre a duração e a extensão, a sucessão e a simultaneidade, a qualidade e a quantidade. terceiro ponto: dissipada essa confusão, talvez desaparecessem as objeções levantadas contra a liberdade, as definições que dela se dão e, em certo sentido, o próprio problema da liberdade. Diremos que a psicologia atual nos pareceu sobretudo preocupada em estabelecer que percepcionamos as coisas através de certas formas, derivadas da nossa própria constituição. Por outro lado, a física vem completar a obra da psicologia sobre este ponto: mostra que, se quisermos prever os fenomenos, teremos de fazer tábua rasa da impressão que produzem na consciência, e tratar as sensações com signos da realidade, não como a própria realidade. Interrogamos se os estados mais aparentes do próprio eu não seriam percepcionados através de certas formas tiradas do mundo exterior, o qual nos restituiria assim o que lhe tínhamos emprestado. Pois, ao supor que as formas e às quais adaptamos a matéria, vem totalmente do espirito, utilizando então as formas para o conhecimento da nossa própria pessoa, corremos o risco de tomar pela própria coloração do eu um