Benchmarkin

O jeito TAM de multiplicar
Quem não tem inteligência para criar tem de ter coragem para copiar." Essa é, segundo o consultor de empresas Júlio Lobos, a única frase que não faz sentido entre as sete que compõem os mandamentos escritos pelo comandante Rolim Amaro para sua empresa de aviação, a TAM. "A inclinação à cópia na TAM é quase nula", diz Lobos em seu livro O Céu Não é o Limite (Instituto de Qualidade e Júlio Lobos Consultores Associados, 310 págs., 25 reais). Trata-se, provavelmente, da primeira tentativa de explicar numa obra extensa os fundamentos do sucesso de uma companhia brasileira. Foi uma escolha acertada. A TAM, nos últimos anos, foi convertida em benchmarking da aviação em escala não apenas nacional. Considerada a melhor empresa aérea regional do mundo pela Air Transport World, conceituada revista americana especializada em aviação, a TAM é sem dúvida um dos mais visíveis casos de sucesso empresarial no Brasil. O mérito do livro de Lobos é explicar como a fusão entre habilidade para o marketing, o senso de oportunidade e uma eficiência gerencial nem sempre visível ao usuário tiraram a TAM de uma posição periférica no mundo da aviação e a conduziram para o topo entre as prestadoras desse serviço. Isso num período de pouco mais de cinco anos. O livro contém incorreções que podem desestimular o leitor mais exigente a ultrapassar as primeiras páginas. Comete, de saída, um erro cronológico. Diz que, em novembro de 1990, Rolim ainda negociava seus dois primeiros jatos Fokker F100 com Noel Browing, o presidente da companhia internacional de leasing GPA. Browing teria condicionado a entrega dos aviões à derrota de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, nas eleições presidenciais. Em novembro de 1990, como se sabe, Fernando Collor de Mello era presidente da República havia quase um ano e os dois primeiros Fokker F100 da TAM já estavam em operação. Um conselho: despreze essa e outras pequenas falhas e não desperdice a oportunidade de conhecer um pouco do estilo