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Grande número de filósofos que se ocupam da Ética defende que a consciência moral nos inclina para o caminho da virtude. Etimologicamente, a palavra virtude deriva do latim virtus, que significa a qualidade própria da natureza humana. De modo geral, a expressão virtude designa, atualmente, a prática constante do bem, correspondendo ao uso da liberdade com responsabilidade. O oposto da virtude é o vício, que consiste no hábito de praticar o mal, correspondendo ao uso da liberdade sem responsabilidade.
Ultrapassando o campo desses conceitos formais, uma difícil discussão filosófica se estabelece quando se trata de definir, concretamente, o que seja vício ou virtude, pois, afinal, o que é o bem é o mal?
Vejamos algumas concepções éticas a respeito do bem e do mal:
• o hedonismo: doutrina que foi pregada desde a Grécia Antiga por filósofos como Górgias, Cálicles e Arístipo. Defende que o bem é tudo aquilo capaz de oferecer prazer imediato. O mal é aquilo que gera sofrimento;
• o epicurismo: doutrina elaborada por Epicuro , que procurava aperfeiçoar o hedonismo. Defendia que o bem não era qualquer prazer, mas os prazeres devidamente selecionados. Assim, Epicuro construiu uma espécie de hierarquia dos prazeres, considerando superiores, por exemplo, os prazeres naturais em vez dos artificiais; os prazeres calmos, em vez dos violentos. O supremo prazer era, entretanto, o prazer intelectual, que se obtinha mediante o domínio das paixões pela razão;
• o estoicismo: o filósofo Zenão de Citium é considerado o fundador da escola estóica, que pregava um espírito de total renúncia aos desejos, considerados como a fonte de todo sofrimento humano. O bem consistia na aceitação da ordem universal, que deve ser compreendida pela razão; • o formalismo kantiano: o filósofo alemão Kant defende a concepção moral que identifica o bem ao cumprimento puro e simples do dever. A fonte do dever é a razão humana que elabora normas orientadoras de