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Deise Gisleine de Souza Santos (Ciências Sociais - UEL)
Orientadora: Profa. Dra. Renata Gonçalves
Palavras-chave: Movimento Cocalero. Neoliberalismo. Luta de classes.
Resumo:
O principal objetivo de nosso trabalho é entender a dinâmica de organização do Movimento
Cocalero na Bolívia. Analisaremos em que medida o ideário neoliberal, que arrastou a população – sobretudo a indígena – a níveis desumanos, contribuiu efetivamente tanto para sua ascensão como para a de Evo Morales à Presidência da República acirrando a luta de classes naquele país.
A partir dos anos 90 o projeto neoliberal se apresentou na América latina como a solução para os problemas deixados pelos governos precedentes. No entanto, após mais de três décadas, a agenda neoliberal não cumpriu o que havia prometido. Segundo Perry
Anderson (1998), apesar de o modelo neoliberal ter sido vitorioso no controle da inflação e na retomada das diferenças sociais, ele fracassou no sentido de retomar o desenvolvimento econômico a desigualdade social e o desemprego só aumentaram neste período. No entanto, neste período marcado pela lógica do “pensamento único”, as classes populares, que foram as mais afetadas pelo neoliberalismo, ainda no final do século XX, emergiram como movimentos populares de resistências às políticas neoliberais e aos governos responsáveis por elas (Quijano, 2004). Vários movimentos sociais se apresentam como uma novidade e de um modo ou de outro, se pretendem portadores de um projeto de transformação social e adquiriram extraordinária visibilidade em vários países latino-americanos.
Em nosso trabalho pretendemos analisar um deles, o Movimento Cocalero da Bolívia, que revelou impressionante vitalidade ao imprimir, apesar de seus poucos recursos, verdadeiras derrotas (parciais) ao neoliberalismo, revelando a complexa dinâmica econômicopolítica da Bolívia.
Este país, de acordo com o Relatório do Programa das Nações Unidas para o