Bauman 2
Na terceira parte do livro, Bauman fala da dificuldade de amar o próximo. O autor mostra que as pessoas não conseguem seguir o preceito de “amar o próximo como a si mesmo” se esse próximo não possuir algo para oferecer em troca desse sentimento, ou seja, é como se os indivíduos precisassem merecer para receber esse amor. Aceitar esse preceito é um ato de fé e um ato decisivo, pois é através dessa aceitação que os seres humanos mostram que são diferentes dos animais.
Para que se consiga amar o próximo como a si mesmo, é preciso, antes de tudo, possuir amor- próprio. Outros devem nos amar primeiro para que comecemos a amar a nós mesmos, ou seja, para termos amor- próprio, precisamos ser amados. Então amar o próximo como amamos a nós mesmos significa respeitar a singularidade de cada um, reconhecendo o valor das nossas diferenças, que enriquecem o mundo e o tornam mais interessante.
Porém, possuir amor- próprio não é suficiente para que se consiga amar o próximo. Existem exemplos claros disso na sociedade, tendo o Holocausto como o maior deles, onde o direito do mais forte de fazer o possível para sobreviver ao mais fraco é tido como “racional”. Capturar, deportar e trancafiar pessoas em campos de concentração mostram que os indivíduos não estão prontos e não sabem amar o próximo como amam a si mesmo. Outro exemplo disso está em alguns programas de televisão, como o Big Brother Brasil, onde os participantes são estimulados a serem egoístas e a se importarem unicamente com seus desejos, tentando a todo custo ultrapassar e superar uns aos outros, para receber um prêmio em troca.
Alguns atos, apesar de terem um objetivo bom, proveitoso e útil, não podem ser considerados morais, mas sim motivados, pois os indivíduos que os realizam fazem muitas vezes em função de receber uma recompensa, como por exemplo, lucro, graça divina ou respeito público.
Em relação aos laços amorosos, relação entre homem e mulher, o compromisso com outra