BAUDUCCO
A companhia é a quarta colocada no ranking nacional, com participação de mercado de 8%, bem atrás da líder M. Dias Branco, dona de marcas como Adria e Isabela, que pertence ao empresário cearense Francisco Ivens de Sá Dias Branco e detém 25% do mercado — e é líder absoluta no Nordeste, região onde a Bauducco inaugurará uma fábrica em 2013. Segundo os dados obtidos por EXAME, a companhia pretende crescer 70% dentro de cinco anos, chegando a um faturamento de 2,6 bilhões de reais, e triplicar o lucro para 280 milhões. O dinheiro do novo sócio ajudaria a bancar um plano de investir 500 milhões de reais nos próximos cinco anos para ampliar as fábricas, um valor 50% maior do que os desembolsos do quinquênio anterior.
Apesar de necessária, a abertura é um movimento dramático para a companhia, que sempre recusou com veemência qualquer proposta de aquisição. Não foram poucas as ofertas recebidas ao longo dos anos.
Massimo, conta-se nos corredores da empresa, costumava responder às propostas com indisfarçável desdém — como na vez em que teria ouvido uma proposta do então presidente da Nestlé, Ivan Zurita, que queria comprar a Bauducco inteira.
Em vez de analisar a oferta, Massimo saiu-se com esta: “E se você me vendesse sua divisão de biscoitos?” É uma resposta que tem tudo a ver com o jeitão com que é tocada a empresa, fundada em 1952 pelo italiano Carlo Bauducco, no bairro do Brás, em São Paulo. Aos 55 anos, Massimo comanda os negócios há duas décadas e concentra todas as decisões. Seu pai, Luigi, permanece como presidente honorário e o irmão, Carlo Andrea, é diretor de novos negócios.
Abaixo de Massimo, estão seis diretores oriundos de empresas como Nestlé, Barilla e Unilever. Quando não está em viagem, ele gosta de provar os produtos na fábrica e de visitar varejistas. Até hoje os familiares se reúnem todos os dias para almoçar com os executivos na sede da empresa, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
O tamanho do drama