barroco
Contudo, no Brasil dos séculos XVII e XVIII não se pode falar de movimento Barroco como um sistema literário vigente em certa época, pois ainda não havia condições para a formação e evolução de uma consciência literária, uma vez que a vida social brasileira era organizada em função de pequenos núcleos econômicos, não existindo, portanto, um público leitor efetivo para as obras literárias, o que só viria a ocorrer no século XIX. Por esse motivo, deve-se falar apenas em alguns autores com características barrocas, que iam beber em fontes estrangeiras (portuguesas principalmente), mas que não chegaram a construir um movimento literário propriamente dito.
Os principais autores do Barroco no Brasil foram Gregório de Matos Guerra e Padre Antônio Vieira. O primeiro celebrizou-se pela poesia satírica e pelo retrato impiedoso e lítico de sua Bahia natal. O segundo, pela riqueza liberaria dos sermões com que defendia o ideário católico. Pregador cristão a serviço da Coroa Portuguesa, Vieira passou a maior parte da vida no país. Por se apropriar de termos e elementos da cultura brasileira em seus textos, foi de fundamental importância para a constituição de uma linguagem que começava a ganhar autonomia em relação a Portugal. Seus sermões são ricos em antíteses, paradoxos, ironias, jogos de palavras, hipérboles e alegorias. Com gosto pelo tom profético e messiânico, levou a arte da retórica e da persuasão ao paroxismo.
Gregório de Matos é a sinopse do Barroco na poesia brasileira.