Barroco
Limeira
2013
Introdução
Dentre os jardins criados pelo homem, destaca-se o jardim botânico, que possui diversas funções: científica, educacional, social, estética, histórica e ecológica. Os jardins botânicos são antigos; existiram na Mesopotâmia, no Egito Antigo e na América Pré-Colombiana (Sousa 1976) e mantinham, principalmente, plantas medicinais que já eram objeto de estudos e observações, além de serem espaço de convívio para suas comunidades.
O primeiro jardim botânico ocidental, que teve como objetivo manter coleções de plantas para estudos preliminares e ensino, foi o criado junto ao Liceu próximo a Atenas (Grécia) pelo "pai" da Botânica, Teofrasto, cerca de 370-285 a.C. (Bye 1994). Depois deste, o jardim botânico reapareceu na Europa somente no século XVI; em 1543, Luca Ghini fundou o primeiro jardim botânico moderno, o Real Orto Botanico della Real Universitá di Pisa, Itália; também foi o primeiro a usar estufas de vidro para cultivar plantas exóticas e a estabelecer um herbário para estudo taxonômico (Uphof 1941, Bye 1994).
Importantes jardins botânicos foram criados nos séculos XVI e XVII: 1545, o de Pádua e de Florença (Itália); 1593, o de Montpellier (França) e de Heidelberg (Alemanha); 1621, o de Oxford (Inglaterra); 1635, o de Paris (França); 1646, o de Berlim (Alemanha); 1655, o de Upsala (Suécia), entre outros (Bye 1994). Nesses séculos, os jardins botânicos criados se tornaram centros de experimentação, ensino e estudo; seus arranjos paisagísticos visavam, principalmente, a praticidade do ordenamento das plantas em gêneros e ou famílias botânicas e suas exigências de cultivo, o que significou, em certa medida, não adotar a estética dos jardins renascentistas e barrocos (Tomasi 1991).
A primeira iniciativa para formar um jardim botânico no Brasil foi do príncipe Maurício de Nassau, em Recife (Pernambuco), no século XVII; esse jardim existiu junto ao Palácio de Friburgo entre 1637 e 1644 (Hoehne et al.1941).