Banquete
“Eu sou apenas alguém ou ate mesmo ninguém. Talvez alguém invisível que a admira a distancia sem a menor esperança de um dia tornar-me visível” (Amor Platônico – Legião Urbana)
O termo Amor “platonicus” foi pela primeira vez utilizado no século XV, pelo filósofo neoplatônico florentino Marsilio Ficino, como um sinônimo de amor socrático. Ambas as expressões significam um amor centrado na beleza do caráter e na inteligência de uma pessoa.
"Platônico" vem de Platão, justamente porque o filósofo grego acreditava na existência de dois mundos: o das idéias, onde tudo seria perfeito e eterno, e o mundo real, finito e imperfeito, mera cópia mal-acabada do mundo ideal.
Segundo alguns desinformados, o amor platônico é sempre casto. O amor platônico é o mais incompreendido de todos os conceitos de Platão. As pessoas, que em sua maioria não conhecem a obra de Platão, pensam que amor platônico significa amor ascético ou assexuado. Isso não é verdade. Em O Banquete, Platão apresenta o amor sexual como um ato natural, mas com raízes infinitamente mais profundas.
O amor platônico não significa amor romântico. Repito mais uma vez: não é o amor assexuado que pode ser focado em um objeto de desejo que nada tem de real e, enfim, é mera imaginação. No amor romântico pode haver a construção do objeto do desejo, mas uma vez confrontado com o real que o inspirou, é o oposto deste. O homem romântico precisa movimentar sua “vida interior” com fantasias (caso contrário, não seria romântico). O amor platônico que vai para as Formas não caminha pela imaginação; muito menos é um “exercício”, ele é o caminho vivido e que faz com que possamos nos regozijar por diminuir nossos erros, nossa cegueira. Subir a escada e chegar ao topo permite tocar as entidades ontológicas reais.
No diálogo platônico O Banquete, Platão descreve Sócrates numa reunião; há uma passagem sobre o significado do amor. Sócrates é o mais importante dentre os presentes. Ele diz que na