BALANÇO HIDRÍCO NO SISTEMA SOLO-PLANTA-ATMOSFERA RELAÇÕES HÍDRICAS
RELAÇÕES HÍDRICAS
1. Água no Solo
Como no caso do Ψw de célula de plantas, o Ψw do solo úmido pode ser expresso em dois componentes, Ψs e Ψp. O potencial osmótico (Ψs) de solos é geralmente desprezível, isso por que a concentração de sais na solução do solo é baixa. Um típico valor é - 0,02 MPa. Para solos salinos, no entanto, a elevada concentração de sais produz Ψs da ordem de –0,2 ou menores. Já o Ψp de solos úmidos é próximo de zero quando o solo desidrata, a pressão torna-se negativa e é referida como potencial mátrico (Ψm). Na prática, o Ψw dos solos normais é geralmente medido como sendo aproximadamente igual ao Ψm, desprezando-se o Ψs.
Ψw = Ψm (com sinal negativo) Em geral, para a determinação do potencial hídrico no solo, mede-se o potencial mátrico do solo e considera-o igual ao Ψw, desprezando-se a contribuição do componente osmótico (em geral, a solução do solo é muito diluída). A determinação do Ψm pode ser feita em laboratório (utilizando-se o Extrator de Richards) ou no campo (utilizando-se tensiômetros). Detalhes destas determinações poderão ser obtidos nas disciplinas Física do Solo e Irrigação e Drenagem.
Como já destacamos, o potencial mátrico é consequência dos efeitos de capilaridade e da interação da água com as superfícies sólidas do solo (principalmente a argila).
A água, como sabemos, possui uma alta tensão superficial que tende a minimizar as interfaces ar–água. À medida que o solo desidrata, a água é, inicialmente removida do centro dos maiores espaços entre as partículas. Por causa das forças de adesão, a água tende a se prender às superfícies das partículas do solo, de forma que uma grande área de superfície entre a água do solo e o ar do solo se desenvolve. À medida que o teor de água do solo decresce, a água retrocede para os interstícios entre partículas do solo e a superfície ar–água desenvolve interfaces ar-água curvas. A água sob tais superfícies curvas desenvolve uma