BAILE POPULAR- Di Cavalcanti
BAILE POPULAR- Di Cavalcanti
A pintura tem como finalidade mostrar uma cena comum brasileira, como uma reunião/festa de um grupo de pessoas de classe média-baixa, onde estas, mesmo não tendo muito dinheiro, se divertem a partir da música e das danças. A pintura também retrata a sensualidade tropical do Brasil, um “gingado”, e descontração, típico dos brasileiros. Dessa forma, é possível para o observador do quadro, reconhecer neste, o seu próprio cotidiano e identificar-se com a cena.
A obra foi feita num cenário de aparecimento de diversas ideias inovadoras e de desprendimento da estética antiga, uma época em que os artistas buscavam por uma identidade própria, a partir da liberdade de expressão. Este foi o modernismo, que eclodiu no Brasil com Semana de Arte Moderna em 1922. Esta década foi marcada por sensíveis alterações políticas, sociais e econômicas no país, quando emerge o nacionalismo. Isso explica o fato da pintura retratar temas sociais, comuns no cotidiano do brasileiro, valorizando-os claramente.
Na pintura, os traços são modernos exagerados e arrojados, por influencia do expressionismo, do modernismo e do cubismo. Beirando o engrossamento da arte, fazem com que esta, não seja uma pintura realista e sim, quase que uma caricatura da realidade social brasileira. Apesar do traçado característico de Di Cavalcanti a situação pintada por ele é real, e corriqueira aos olhos do público, que se identifica com a situação, pois esta é cotidiana a muitos brasileiros.
A construção da imagem se dá por cores bem vivas, tropicas e sensuais (tipicamente brasileiro). As pessoas têm formas exageradas e feições marcantes. Di Cavalcanti usa diferentes cores para a pele das pessoas, querendo mostrar a grande variedade do povo brasileiro. Ele retrata na pintura, cenas reais e dispõe instrumentos musicais, como a flauta, o pandeiro e o violão, sempre presentes nas festas brasileiras.