Ação Social, Relação Social” (M. Weber)
A preocupação de Marx neste primeiro capítulo de “O Capital” foi dupla: 1) mostrar ao leitor qual é a origem do valor das mercadorias; e 2) mostrar que o dinheiro só tem valor porque é também uma mercadoria. Parte do princípio de que as mercadorias têm valor-de-uso e que só se trocam valores-de-uso diferentes. Ao se permutar duas mercadorias, cria-se uma relação onde se estabelece um valor-de-troca na seguinte forma: x da mercadoria A (xA) vale y da mercadoria B (yB). Esta relação de troca implica que xA e yB possuem ambos um atributo que é igual: a quantidade de trabalho média, medida em unidades de tempo, socialmente necessária para a produção das mercadorias em questão. A sociedade leva, em média, a mesma quantidade de tempo para produzir x da mercadoria A e y da mercadoria B. O valor de uma mercadoria seria, portanto, a quantidade média de trabalho socialmente necessário para produzi-la e por isso xA e yB têm o mesmo valor. Na expressão “xA = yB”, a mercadoria B assume a forma de equivalente. Quando uma mercadoria assume a forma de equivalente geral, ou seja, quando a sociedade passa a expressar o valor de todas as mercadorias através de uma mercadoria Z, diz-se que essa mercadoria Z assumiu a forma de mercadoria-dinheiro. O ouro, que na época de Marx exercia o papel de dinheiro, nada mais é do que uma mercadoria que assumiu a forma de equivalente geral e que era aceito como tal pela sociedade como um todo. O valor do dinheiro, portanto, não é mágico e nem deriva de uma propriedade que é só sua e toda especial, como acreditavam (dizia Marx) certos economistas, mas tem valor porque é uma mercadoria como qualquer outra e que é fruto do trabalho humano.