Axumitas
O movimento começou a surgir no final da década de 1920, quando o sindicalista jamaicano Marcus Garvey, baseando-se em idéias do Velho Testamento, passou a pregar que todos os negros deveriam retornar à África, a "Terra Prometida" para eles, de onde haviam sido retirados por causa da escravidão. Em 1929, quando pregava numa igreja, Garvey disse: "Olhem para a África. Quando um rei negro for coroado, a redenção estará próxima."
A afirmação foi tida como uma profecia, já que o negro Tafari Makonnen (1892-1975) autocoroou-se imperador da Etiópia um ano depois. Antes de ascender ao poder - onde permaneceu até 1974, quando foi deposto - Makonnen era chamado de "Príncipe Tafari", ou Ras Tafari, no idioma local. Por isso, quem acreditava nas idéias de Garvey e via o imperador como um messias passou a ser chamado de rastafári. O próprio Makonnen ajudou a aumentar a aura sagrada em torno de si ao decidir adotar o nome Hailé Selassié, que significava "O Poder da Santíssima Trindade". Mas, além do lado religioso, o rastafarianismo também teve importância política, lutando contra a opressão dos países colonizados. Hoje, muitos dos seus simpatizantes são vegetarianos, não bebem e defendem o uso da maconha de forma ritual, para estabelecer ligação com o mundo espiritual. As cores do movimento, verde, amarelo e vermelho, referem-se à bandeira etíope e lembram, respectivamente, a natureza, o ouro e o sangue da África e de seu povo.
AXUM
Os colonizadores europeus falavam da África como o continente negro, sem civilização nem história. Contudo, no continente africano existem nações mais antigas que as da Europa, como a Etiópia, que tem as suas origens no império de Axum. Axum (diz-se aksum) fica no Norte da Etiópia e foi do século I ao século VIII a capital de um império comercial marítimo muito forte e um dos maiores Estados do mundo antigo. Os axumitas surgiram 500 anos antes de Cristo da mistura de camitas etíopes com emigrantes