Avermectinas
As avermectinas são metabólitos derivados da fermentação de Streptomyces avermitilis (Burg et al. 1979). Nesse grupo encontram-se a ivermectina, a abamectina e a doramectina, entre outras drogas quimicamente relacionadas e usadas na medicina veterinária e humana, como antiparasitários, e na agricultura, como inseticidas (Barragry 1994, Lankas et al. 1997).
A partir da década de 1980, as avermectinas começaram a ser utilizadas como anti-helmínticos (Taylor 2001, Ayres & Almeida 2002). A ivermectina, derivado sintético da abamectina, foi a primeira a ser comercializada (Chabala et al. 1980, Steel 1993). Em 1985, a abamectina foi lançada como antiparasitário e inseticida (Basílio 2005). Atualmente, as avermectinas estão entre as principais drogas utilizadas para o controle de endo e ectoparasitas em animais de produção (Corwin 1999) e a grande conquista do mercado consumidor se deve, em especial, ao amplo espectro de ação e margem de segurança (Forbes 1993).
As avermectinas, em geral, não causam efeitos tóxicos nos animais, pois apresentam alto peso molecular e não atravessam facilmente a barreira hematoencefálica (BHE) para atuarem no sistema nervoso central (SNC) (Lankas & Gordon 1989, Courtney & Roberson 1995, Ayres & Almeida 2002). Qualquer espécie, porém, pode ser afetada se a dose for grande o suficiente para penetrar a BHE (Andrade & Santarém 2002) e em casos de intoxicação, há histórico de exposição acidental ou contrária às recomendações (Moore 1999). Estes medicamentos também são contra-indicados em casos de doenças que causam danos à BHE (Nobmann et al. 2001, Tracy & Webster 2001) e devem ser utilizados com cautela em pacientes submetidos a terapias com agentes depressores do SNC (Tracy & Webster 2001). Algumas raças de cães pastores, bezerros com menos de quatro meses, roedores e coelhos gestantes apresentam uma maior susceptibilidade a fármacos desse grupo (Lankas & Gordon 1989, Andrade & Santarém 2002, Ayres & Almeida 2002).
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