Avaliações e transições
Hilda Micarello micarelo@powerline.com.br
I-
Apresentação
Começaremos este texto com um convite à reflexão sobre os sentidos aos quais a palavra “avaliação” nos remete. Em nosso cotidiano, avaliar é uma ação corriqueira, que realizamos com diferentes finalidades: avaliamos as condições do tempo para decidir que roupa vestir, avaliamos nossas condições financeiras para decidir se podemos ou devemos adquirir um determinado produto, avaliamos os diferentes aspectos envolvidos numa situação de conflito para decidir qual a melhor atitude a tomar... Enfim, constantemente somos convocados a exercitar um olhar observador sobre fatos e situações para decidir, com sabedoria, sobre o que deve ser feito. Da capacidade de observar e dimensionar adequadamente o observado depende o sucesso de nossas ações, se nos levarão ou não ao alcance de nossos objetivos . Assim como acontece nas situações da vida cotidiana, na prática profissional de professores e professoras a avaliação deve cumprir o importante papel de oferecer subsídios para ações futuras. Entretanto, diferentemente do que acontece no dia a dia, quando avaliamos de forma quase intuitiva, avaliar a prática pedagógica é um ato intencional, por isso precisa ser cuidadosamente planejado e orientado por critérios. Quando isso não acontece e a avaliação é compreendida como uma tarefa com um fim em si mesma - atribuir notas ou conceitos ao desempenho dos estudantes com o objetivo de promovê-los ou não a etapas posteriores de escolarização, por exemplo - essa concepção estreita, classificatória e sentenciadora de avaliação, empobrece a prática profissional dos docentes, porque seus resultados não são utilizados para que eles possam reorientar suas ações e obter maior sucesso com seu trabalho; e empobrece também a experiência de crianças e jovens, porque uma avaliação classificatória não consegue apreender os modos como esses sujeitos estão aprendendo e se desenvolvendo. Na