Avaliação e controlo da dor em pediatria
Avaliação e controlo da dor em pediatria: uma década
Luís Manuel da Cunha Batalha
Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria, Doutorado em Biologia Humana, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, batalha@esenfc.pt RESUMO: Introdução – A negligência no controlo da dor é um problema amplamente reconhecido em Portugal. Desde 2001 têm sido realizadas inúmeras iniciativas para me‑ lhorar a prática de cuidados nesta área. Desenvolveram-se ações de sensibilização e for‑ mação dos profissionais de saúde, publicaram-se orientações técnicas e guias de boas práticas e realizaram-se os primeiros estudos para se fazer um diagnóstico da situação.
Objetivos – O objetivo deste trabalho foi o de caracterizar os cuidados prestados na ava‑ liação e no controlo da dor nas crianças até aos 18 anos internadas em serviços hospitala‑ res em Portugal e analisar a evolução feita nos cuidados entre os anos de 2002 e 2012.
Metodologia – Estudo descritivo, transversal, de consulta retrospetiva seriada de registos intermitentes efetuados no processo clínico em relação a um período de 24 horas. O re‑ crutamento da amostra foi aleatório e incluiu todos os processos clínicos de crianças até aos 18 anos internados em serviços de quatro hospitais Portugueses entre agosto e de‑ zembro de 2011. Resultados – A prevalência de dor reduziu de forma significativa entre
2002 e 2012. As crianças livres de dor subiram de 37% para 75%. O registo da avaliação da intensidade da dor e a colheita de informação sobre a história de dor passou a ser uma prática comum na maioria dos casos (53% e 64%, respetivamente), embora ainda dire‑ cionada para o modelo de cuidados biomédico. A prevalência das intervenções farmaco‑ lógicas não se alterou (43% versus 42%), mas a implementação de estratégias não-farma‑ cológicas baixou significativamente (72% versus 15%). Conclusões – As ações de
sensibilização/formação