Avaliação da severidade clínica nos recém-nascidos sob assistência respiratória/escore preditivo de mortalidade
Paulo R. Margotto
Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 2a Edição, 2004, Editado por Paulo R. Margotto
É útil avaliar e quantificar a severidade clínica da condição do RN para monitorizar o seu progresso ou a resposta a um tratamento específico, para tentar predizer o prognóstico, para decidir a necessidade de uma intervenção mais agressiva e para comparar diferentes modalidades terapêuticas. Para alcançar estes objetivos, têm sido propostos os seguintes índices:
Gradiente Alvéolo-arterial de O2: P(A - a)O2 O P(A - a.)O2 que é muito usado como um índice de troca gasosa, reflete os efeitos do gradiente de difusão, o desequilíbrio na ventilação perfusão e o "shunt" verdadeiro. O fato do P(A-a)O2 não ser zero(8 mmHg no jovem; 17 mmHg aos 75 anos; 24 mmHg na 7a e 8a década), é explicado por dois fatores:
1. "Shunt" anatômico para o sangue venoso pulmonar de uma pequena quantidade de sangue sistêmico venoso das veias de Thebesian do ventrículo esquerdo e das veias brônquicas (2,5% do débito cardíaco retorna ao coração esquerdo sem penetrar nos vasos pulmonares numa pessoa normal).
2. Sub-ventilação de alguns alvéolos normalmente perfundidos resulta em um pouco de sangue venoso pulmonar com baixa paO2. O efeito da gravidade na circulação pulmonar de baixa pressão é um mecanismo importante, resultando numa desigualdade ventilação-perfusão (V/Q) no homem normal. Nas doenças há três fatores que podem causar um aumento na P(A-a)O2:
1. Aumento do "shunt" anatômico;
2. Aumento da desigualdade ventilação-perfusão (V/Q);
3. Difusão limitada de transferência de O2, através da barreira alvéolo-capilar (a P(A-a)O2 provê uma completa avaliação da efetividade do transporte de O2 através dos pulmões).
Qualquer P(A-a)O2 maior que o esperado pelo grau normal do "shunt" anatômico, é atribuído a um "shunt"