Autor, obra e dois personagens-resumo auto da barca do inferno-gil vicente
1 - Gil Vicente, fundador do teatro ibérico, é destacado na literatura portuguesa como uma das figuras mais poéticas do Renascimento, manifestando o sentimento patriótico não menos que o de Camões. Nasceu no final do séc. XV e faleceu em meados do séc. XVI. Testemunhou muitos acontecimentos históricos de Portugal, refletindo de forma humorística e crítica no seu teatro, que provém de tradições dramáticas do final da Idade Média diferente do teatro clássico.
O plurilinguíssimo vicentino é um dos mais brilhantes do engenho artísticos culturais quinhentistas. Seus personagens utilizam as formas linguísticas próprias de seu meio social. Em seus versos cheios de ritmo e naturalidade consegue captar uma imensa variedade de registros de linguagem. O seu teatro além de uma grande manifestação de arte é um importante documento linguístico: uma compilação de falas portuguesas do início do séc. XVI. Além de poeta dramático é também um notável poeta lírico.
Deduz-se que sua ideologia está dividida entre os valores medievais: sociais, religiosos e morais.
Na peça “O Auto da Barca do Inferno”, como em toda a “Trilogia das Barcas” (além da citada, a Barca do Purgatório e a Barca da Glória) apresenta o Diabo e o Anjo defrontando-se com as almas das pessoas recém-mortas, embarcando para a eternidade no rio da morte – mitologia grega. Procurando para isto a barca do céu, mas ninguém merece o paraíso: caráter negativo, corrupções, explorações humanas... O Anjo diz que não embarca tirania naquele batel divinal, e daí não ter como fugir da barca do inferno.
2- A sátira vicentina serve para nos mostrar, tocando nas feridas sociais de seu tempo, que havia um mundo melhor, em que todos eram melhores.
A OBRA:
2- Antes de tudo, "auto" é uma designação genérica para peça, pequena representação teatral. Originário na Idade Média tinha