A origem do auto de natal é ambígua e tem representações variadas da forma de como se constituiu o auto. Segundo Margot Berthold em seu texto ‘’Auto de Natal’’ do livro História Mundial do Teatro, o auto de natal teria se originado de uma pergunta que é a mesma feita no domingo de pascoa, ‘’A quem Buscais?’’, pois essa era a pergunta que se dirigia tanto as três Marias, no domingo de pascoa quanto aos pastores que chegaram à manjedoura, na noite de natal. Com isso a autora explica que há semelhanças entre as cerimônias natalinas e pascais, e que delas se avém uma forma de igualdade nos textos bíblicos dos quais foram usados para começar as representações e coros natalinos. A autora vai enumerando as várias versões das quais se passaram os autos até a representação que corresponde a nossa contemporânea, e explica que com o passar dos séculos essas variações foram se unindo e formando uma representação principal. Em uma das versões mais antigas Berthold diz que no Officium Pastorum as quasi obstetrices ( seriam as parteiras que acompanharam o nascimento) agem no lugar da sagrada família. Uma das formas mais antigas de encenações eram o tropo, e um dos principais foi o Hodie Cantandus, onde Tutilo de St Gall foi o primeiro a incluir uma parte dialogada em seu tropo, a autora vai dizer que ‘’A cena presta-se por si à imediata dramatização’’. Assim veremos algumas das formas descritas pela autora em seu texto para explicar a importância do auto e de suas modificações. Margot Berthold vai dizer que o Officium Litúrgico transformou em teatro no momento em que se vê na passagem um antagonista que é o rei Herodes que seria a personificação do mal. Nessas novas versões a imagem do auto de natal é transformado e enriquecido. Na versão da abadia Beneditina de Beuren o auto começa com uma disputa entres os profetas, e tenta através de Santo Agostinho precocemente começar com a tradição da questão do nascimento virginal.