Autismo
Bernadino, ao abordar o autismo pela via da clínica psicanalítica com a criança, o descreve como uma psicopatologia geradora de um grande sofrimento psíquico. Este por sua vez, possui extrema ligação a sintomatologia apresentada por meio do total fechamento ao contato social, indiferença ao meio em que vive e aprisionamento à estereótipos e objetos insensatos. Tudo isso, gera uma dor de grande magnitude que atinge mais fortemente as pessoas que possuem contato com a criança autista do que a ela mesma.
O fechamento que o autista realiza em relação ao mundo exterior possui uma intensidade elevada. Isso pode ser observado não somente na forma com que o sujeito se posiciona, mas também e seu próprio sistema imunológico, o qual se torna mais poderoso. Isto é ele, tende a ser mais resistente as influencias ambientais do que outras crianças que não são autistas. Pautando-se nessa questão, é possível levantar o seguinte questionamento: o que faz uma com que uma, em tenra idade, crie um sistema defensivo com tamanha magnitude?
Diante desse problema, várias hipótese podem ser formuladas a partir diferentes campos do conhecimento. Contudo, escolhe-se, no presente momento, a psicanálise como o método de compreensão desta questão. Entretanto, é possível compartilhar algumas hipótese com outros campos. Um desses compartilhamentos, faz referência ao sistema nervoso central como aquele que serve de estrutura material para a inscrição daquilo que vem de fora.
Os teóricos lacanianos sugerem que o autismo é decorrente do fracasso da unificação do corpo e da instauração do circuito pulsional. Tal falha, pode ser atribuída ao agente materno e/ou ao próprio bebê. Bernadino, citando Lacan, salienta que pode ocorrer uma falha no sistema nervoso central que poderia prejudicar a capacidade de reciprocidade da criança ao cuidador. Tal atitude por consequência, levaria a mãe a produzir menor investimento no bebê. Quando o