Aula Cultura e Hist ria Afro brasileira e Ind gena
Professora Ms. Denise Panont
É importante buscarmos no período colonial a gênese da dominação tradicional e os fundamentos que nortearam a formação do povo brasileiro. Analisaremos as articulações sociais, os padrões culturais, as relações de trabalho e de poder. Não se pode deixar de lado um estudo sobre os povos que formaram a sociedade colonial, os indígenas, a escravidão negra, a casa grande, a fazenda, o engenho, os coronéis, o colonizador, dentro do sistema patrimonialista tradicional.
Devido ao contexto da época, era difícil pensar no sentimento de coesão nacional. O brasileiro é fruto de uma mistura étnica e cultural, descendente da velha Europa, da África e de nações tribais de homens que habitavam as praias e as florestas brasileiras. O filho mestiço, muitas vezes bastardo, é um homem novo numa nação nova, mas com traços antigos de um contato de arquétipos originais, na qual surgiram misturas como o mameluco, o cafuzo e mazombo1.
A tipicidade da formação da sociedade colonial serviu como base para produzir um tipo de sociedade brasileira baseada na sua vastidão geográfica, no isolamento de pequenos grupos, na diversidade dos elementos humanos autóctones e os que aqui aportaram.
O Brasil tem uma história de séculos de escravismo, causando revoltas e preconceito ao trabalho. No início da colonização, segundo Raymundo Faoro (1984, p. 99), “O descobridor, antes de ver a terra, antes de estudar as gentes, antes de sentir a presença da religião, queria saber de ouro e prata”. E para isso não mediram esforços em escravizar os nativos.
Como consequência dessa avidez desenfreada do descobridor pelas riquezas, a exploração dos indígenas foi desestimulada e abandonada, pois estes eram acostumados a viver livres pelas florestas, alimentando-se da caça, pesca e coleta de frutos silvestres. Por serem nômades, não aceitavam o trabalho escravo nos engenhos, nas minas e em lugares fixos como os portos, fugindo