Aula_5_História_Virtudes
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Aula 5 História e virtudesViemos observando que os valores morais modificam-se na História porque seu conteúdo é determinado por condições históricas. Podemos comprovar a determinação histórica do conteúdo dos valores, examinando as virtudes definidas em diferentes épocas. Se tomarmos a Ética a Nicômaco, de Aristóteles, nela encontraremos a síntese das virtudes que constituíam a arete (a virtude ou excelência ética) e a moralidade grega durante o tempo em que a polis autônoma foi a referência social da Grécia.
Aristóteles distingue vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação: um vício é um sentimento ou uma conduta excessiva, ou deficiente; uma virtude, um sentimento ou uma conduta moderada.
Resumidamente, eis o quadro aristotélico:
Virtude Vício/ excesso Vício/ deficiência
Coragem Temeridade Covardia
Temperança Libertinagem Insensibilidade
Prodigalidade Esbanjamento Avareza
Magnificência Vulgaridade Vileza
Respeito próprio Vaidade Modéstia
Prudência Ambição Moleza
Veracidade Orgulho Descrédito
Agudeza de espírito Zombaria Rusticidade
Amizade Condescendência Enfado
Quando examinamos as virtudes definidas pelo cristianismo, descobrimos que, embora as aristotélicas não sejam afastadas, deixam de serem as mais relevantes. O quadro cristão pode ser assim resumido:
Virtudes teologais: fé, esperança, caridade;
Virtudes cardeais: coragem, justiça, temperança, prudência;
Pecados capitais: gula, avareza, preguiça, luxúria, cólera, inveja e orgulho.
Virtudes morais: sobriedade, prodigalidade, trabalho, castidade, mansidão, generosidade, modéstia.
Observamos o aparecimento de virtudes novas, concernentes à relação do crente com Deus (virtudes teologais), e da justiça como virtude particular (para Aristóteles, a justiça é o resultado da virtude e não uma das virtudes); a amizade é substituída pela caridade (responsabilidade pela salvação do outro); os vícios são transformados em pecados (portanto, voltados para a relação do crente