Aula 4 libras
Os conceitos, as definições e os questionamentos, aqui mencionados, foram produzidos tomando-se como base os escritos do estudioso Tomaz Tadeu da Silva (2000), quando discorre sobre a produção do social da identidade e da diferença. Para ele, em uma primeira aproximação, parece-nos fácil definir “identidade”. A identidade pode ser entendida simplesmente como aquilo que se é: “sou brasileiro”, “sou negro”, “sou heterossexual”, “sou jovem”, “sou mulher”. Seria, então, uma característica independente? Um fato autônomo? E sobre a diferença, como a definimos? Nesta mesma linha, afirmaríamos como sendo aquilo que o outro é: “ela é branca”, “ele é homossexual”, “ela é velha”. A ousadia de Tomaz Tadeu (2000) nos atenta para o fato de que a diferença, tal como a identidade, simplesmente existe. Neste sentido, torna-se fácil compreender, que identidade e diferença estão numa relação de estreita dependência e são, portanto, inseparáveis. Quais as implicações da produção de afirmativas como: “João é um menino indisciplinado”; “Gabriela? Não tem jeito, essa não vai para frente!”; “Pedro? Esse tem surdez, muita dificuldade para compreender textos e escreve mal a Língua Portuguesa”; “Joaquim? Nossa! Com esse ninguém pode”; “Ana Carolina? Excelente aluna, a melhor da turma!”; “Ariel? Pobrezinho, vem de uma família
‘desestruturada’”. Tais expressões, presentes no contexto escolar, têm sido naturalizadas ou produzidas socialmente? Identidade e diferença são ativamente produzidas. Elas não são criaturas do mundo natural ou de um mundo transcendental, mas do mundo cultural e social. Somos nós que as fabricamos, no contexto de relações culturais e sociais. A fim de que sejam definidas, identidade e diferença envolvem-se em relações de poder; o poder de definir. Entretanto, elas não são simplesmente definidas, são também impostas. Além disso, não convivem harmoniosamente, lado a lado, num