Aula 10 Burocracia II a critica a burocracia
Embora pensado para ser a forma mais racional, mais previsível e mais eficiente de organização, em todos os níveis da atividade humana, o conceito de burocracia acabou se tornando, na linguagem comum, um conceito negativo, pejorativo, indicativo de ineficiência, lentidão, rotinização, um estorvo na vida das pessoas. Como isso se deu? A burocracia é um meio para se atingir fins diversos elaborados fora da organização (na sociedade). No entanto, muitas vezes, os membros da burocracia assumem o funcionamento da organização como um fim em si mesmo, esquecendo os fins sociais.
Uma das falhas e fraquezas da burocracia é o fato de que são constituídas por pessoas que têm orientações e objetivos diferentes da organização da qual são uma parte. A própria capacidade para aceitar ordens e regras como legitimas exige um nível de renúncia pessoal que é difícil de manter ao longo prazo.
Por isso, a formalidade da burocracia é frequentemente quebrada pelo surgimento de grupos informais dentro da organização, que têm fins e formas de funcionamento distintos dos da burocrática organização formal.
Assim, a racionalidade da estrutura racional é frágil e precisa ser protegida contra pressões externas, a fim de poder ser dirigida para os seus objetivos e não para outros. Isto porque as organizações burocráticas apresentam uma tendência a se desfazerem, seja na direção carismática, seja na tradicional, onde as relações disciplinares são mais “naturais” e “afetuosas”.
As críticas ao modelo weberiano
Apesar da grande influência do modelo de burocracia analisado por Max Weber
(veja detalhes na Aula 9), muitos foram os autores que apresentaram críticas e objeções.
Entre eles, merece destaque o sociólogo americano Robert K. Merton.
Enquanto Weber estudou a burocracia sob o enfoque das conseqüências previstas (desejadas, funções) que levam à maior eficiência, Merton estudou a burocracia tanto sob o enfoque das conseqüências previstas (desejadas)