Aula 03 PRF
Língua Portuguesa
Maria Augusta
Leio que a ciência deu agora mais um passo definitivo. E claro que o definitivo da ciência e transitório, e não por deficiência da ciência (e ciência demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos para que, já que a própria ciência não o faz — o que, alias, e a mais moderna forma de objetividade de que dispomos.
Mas vamos ao definitivo transitório. Os cientistas afirmam que podem realmente construir agora a bomba limpa. Sabemos todos que as bombas atômicas fabricadas até hoje são sujas (alias, imundas) porque, depois que explodem, deixam vagando pela atmosfera o já famoso e temido estrôncio 90. Ora, isso e desagradável: pode mesmo acontecer que o próprio pais que lançou a bomba venha a sofrer, a longo prazo, as consequências mortíferas da proeza. O que e, sem duvida, uma sujeira.
Pois
bem, essas bombas indisciplinadas, mal-educadas, serão em breve substituídas pelas bombas n, que cumprirão sua missão com lisura: destruirão o inimigo, sem riscos para o atacante. Trata-se, portanto, de uma fabulosa conquista, não?
Ferreira Gullar. Maravilha. In: A estranha vida banal. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989, p. 109.
No que se refere aos sentidos e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir. 1 A forma verbal “podem” (R.8) esta empregada no sentido de têm autorização.
2 A oração introduzida por “porque” (R.10) expressa a razão de as bombas serem sujas. 3 Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por deficiência da ciência” (R.2-3), poderia ser substituída por mas.
4 O objetivo do texto, de caráter predominantemente dissertativo, e informar o leitor a respeito do surgimento da “bomba limpa” (R.8).
5 Tendo a oração “que se supera a si mesma a cada dia” (R.3-4) caráter explicativo, o vocábulo “que” poderia ser corretamente substituído por pois ou porque, sem prejuízo do sentido original do período. 6 A visão do autor do