atualidade etica do serviço social
A Atualidade Ética do Serviço Social
A críticas existentes ao caráter conservador da prática profissional no Brasil – expresso nas formulações e normatizações éticas do Serviço Social, bem como nas diretrizes curriculares e na organização política da categoria, predominantes até o início dos anos 80 – só pôde ser formulada no envolver histórico da profissão, com base em determinações societárias mais amplas. Assim, a renovação profissional do Serviço Social, uma construção coletiva ensejada pela busca de novas bases de legitimidade social para a prática e maturada na década de 90, não pode ser explicada endogenamente. Isso porque esta renovação foi engendrada no processo de profundas transformações sociais, econômicas, políticas e culturais da sociedade brasileira. O novo projeto ético-político profissional guarda, pois, estreita consonância com as requisições societárias postas ao Serviço Social nas últimas décadas e é expressão do profundo processo de renovação profissional. Há duas inflexões significativas, recentes, nos rumos da ética profissional no Brasil: uma na segunda metade dos anos 80 e a outra no início dos anos 90. A primeira diz respeito à revisão do Código de Ética de 1975, na esteira dos acontecimentos da luta pela redemocratização no país, da organização política da categoria, que inaugura uma prática sindical em sintonia com a luta mais geral dos trabalhadores; e do debate da formação profissional. O grande marco histórico do novo período que se abre para o Serviço Social foi o III CBAS (1979) – conhecido como o “Congresso da Virada”, pelo seu caráter contestador e representativo da vontade política de transformação da profissão e de interferência nos destinos da sociedade brasileira, com acúmulo das reflexões e processos investigativos sobre a formação profissional, e que culminaram na aprovação do currículo de 1982, firmou teoricamente as exigências do novo perfil profissional do