Atratividade e seleção
Os anúncios de emprego foram criados após a existência de anúncios ou avisos feitos inicialmente em cartazes fixados no mural de algumas empresas e, provavelmente, também circulavam de “boca em boca”. Mais tarde, apareceram na esfera da mídia impressa. Esta era composta por propagandas que sustentavam financeiramente o jornal e, em alguns casos, ocupavam amplamente várias páginas. Os de emprego ficavam entre esses anúncios sem um padrão que pudesse identificá-los.
Diferentemente dos estudos feitos pelas gramáticas históricas tradicionais que primam pelo estudo da história na concepção evolucionista, pretendemos analisar esse gênero discursivo que compôs o jornal, contemplando suas características micro e macro textuais, bem como sua transformação no decorrer das décadas, na perspectiva diacrônica textual. Acreditamos que a língua revela-se nos textos e ambos manifestam-se nas práticas sociais. E conforme essas práticas evoluem, transformam-se os traços de mudança e de permanência de um gênero. Desse modo, é no funcionamento da língua, inseparável do contexto externo, que observamos a trajetória desse processo de transformação.
Para a nossa pesquisa, utilizaremos os arcabouços teóricos das TD (Tradições Discursivas) e da ACD
(Análise Crítica do Discurso) que permitem-nos analisar o discurso não só como reflexo ou representação das entidades e relações sociais, mas também como reconstrutor ou constituinte dessas entidades.
2. Conclusão
Nossa pesquisa visa a descrever e a analisar o gênero anúncio, especificamente o de emprego, que circulou em São Paulo nos Jornais dos séculos XIX e compará-los com o presente século. Nosso corpus é constituído, a título de amostragem, por cinco anúncios do Correio Paulistano, de 1879, comparados a outros: quatro da Folha de S.Paulo e um do Estado de S.Paulo on line, ambos de 2008. Utilizaremos o arcabouço teórica das Tradições Discursivas e da Análise Crítica do Discurso. A primeira leva em conta a