Atos falhos: Um estudo sobre os lapsos da fala, escrita e leitura
Eliane Pereira da Silva*
Esse artigo tem por objetivo elucidar alguns conceitos sobre os atos falhos partindo da teoria freudiana. Através desse estudo iremos observar alguns exemplos de atos falhos ocorrentes na mídia. Buscaremos compreender como esse fenômeno acontece e suas respectivas causas a partir da visão dos teóricos: Freud, Lacan, Garcia Rosa, Laplanche e Rontalis.
Para Freud(1915) é importante que primeiramente haja uma compreensão sobre a noção de inconsciente para assim aprofundarmos no estudo dos atos falhos. Em seu artigo sobre o inconsciente ele ressalta que os dados da consciência apresentam um grande número de lacunas e que tanto as pessoas sadias ou as doentes desenvolvem atos psíquicos, os quais a ciência não oferece explicações. O autor entende essas lacunas como lembranças encobridoras, como por exemplo, os atos falhos, enfatizando que eles só podem ser elucidados através do inconsciente.
Garcia Rosa (2007) afirma que os fenômenos lacunares são importantes para a investigação psicanalítica o que Lacan denomina de formações do inconsciente. Os atos falhos são indicadores da ordem do inconsciente em que seus sintomas produzem uma descontinuidade no discurso consciente e também um sentimento de ultrapassagem em que o sujeito se sente atropelado por outro que ele próprio desconhece que domina e impõe sua fala, acarretando troca de nomes e esquecimento que se escapa a um sentido. Esse outro sujeito a qual pertencem os atos e as manifestações é o sujeito do inconsciente.
Freud evidenciou em suas teorias que o ato falho era como um sintoma, constituição entre compromisso, entre o intuito consciente da pessoa e o reprimido afirmando assim que através do ato falho o desejo do inconsciente é realizado. Sendo assim o ato falho é um ato bem sucedido ao nível do inconsciente em que podemos observar claramente em uma análise.
Com base na teoria que Freud discute podemos entender que