Atividades Dom Casmurro
1. (Fuvest-SP) A narração dos acontecimentos com que o leitor se defronta no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, se faz em primeira pessoa, portanto, do ponto de vista da personagem Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela se apresenta:
a) fiel aos fatos e perfeitamente adequada à realidade;
b) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo narrador;
c) perturbada pela interferência de Capitu que acaba por guiar o narrador;
d) isenta de quaisquer formas de interferência, pois visa à verdade;
e) indecisa entre o relato dos fatos e a impossibilidade de ordená-los.
2. (Cásper Líbero-SP) Leia o trecho para responder à questão: O meu plano foi esperar o café, dissolver nele a droga e ingeri-la. Até lá, não tendo esquecido de todo a minha história romana, lembrou-me que Catão, antes de se matar, leu e releu um livro de Platão. Não tinha Platão comigo; mas um tomo truncado de Plutarco. (...) O copeiro trouxe o café. Ergui-me, guardei o livro e fui para a mesa onde ficara a xícara. Já a casa estava em rumores; era tempo de acabar comigo. A mão tremeu-me ao abrir o papel em que trazia a droga embrulhada. Ainda assim tive ânimo de despejar a substância na xícara, e comecei a mexer o café, os olhos vagos, a memória em Desdêmona inocente; o espetáculo da véspera vinha intrometer-se na realidade da manhã. Mas a fotografia de Escobar deu-me o ânimo que me ia faltando; lá estava ele, com a mão nas costas da cadeira, a olhar ao longe... — Acabemos com isto, pensei. Quando ia beber, cogitei se não seria melhor esperar que Capitu e o filho saíssem para a missa; beberia depois; era melhor. Assim disposto, entrei a passear pelo gabinete. Ouvi a voz de Ezequiel no corredor, vi-o entrar e correr a mim bradando: — Papai! Papai! Leitor, houve aqui um gesto que eu não descrevo por havê-lo inteiramente esquecido, mas crê que foi belo e trágico.
Efetivamente a figura do pequeno fez-me recuar até dar de costas na estante. Ezequiel