Atividade física na idade media
BRAVURA E LEALDADE ACIMA DE TUDO
José Maurício Capinussú
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil
Resumo
Conhecida como um período de estagnação e obscurantismo, considerada uma etapa da história capaz de impedir o desenvolvimento, a Idade Média teve a virtude de despertar no ser humano a necessidade de modificar um estado letárgico então existente, dando origem, posteriormente, ao Renascimento. Por outro lado, as manifestações de caráter físico, como a prática esportiva e o culto ao corpo, tão celebrados pelos gregos e, até determinado período, pelos romanos, não encontraram o mesmo estímulo na Idade Média. Entretanto, uma gama de respeitáveis historiadores considera a época medieval uma verdadeira fonte de riquezas e benefícios para a civilização ocidental, onde se enquadra a figura do cavaleiro, física e espiritualmente muito bem preparado, galanteador e romântico, exímio no ato de montar e, principalmente, no uso da espada, atividades que, mais tarde, dariam origem a modalidades esportivas de caráter olímpico, como o hipismo e a esgrima. Na Idade Média, não havia, portanto, uma educação física que os gregos procuraram, por meio de certo primitivismo, estimular, mas uma atividade física que, deixando de lado a violência, revela bravura e lealdade da parte de seus praticantes.
INTRODUÇÃO
Quando, em 395 a.C, o imperador Teodósio aboliu os Jogos Olímpicos, a civilização romana já se encontrava em estado de completa deterioração. Um pouco antes, em 391 a.C, Teodósio declarou o
Cristianismo como religião oficial do Império Romano, marginalizando os outros credos religiosos e provocando a divisão do Império Romano (395 a.C.) em Império do Oriente e do Ocidente, que veio a cair em 476 a.C, com a deposição de Rômulo Augusto, último imperador do Ocidente. Perante esta situação, a Idade Média caracterizou-se por disputas entre três poderes que objetivavam o controle da Europa: o poder militar,