Atitudes interior e exterior na missa
Por Joathas Bello
A Santa Missa é a atualização do Sacrifício do Senhor Jesus na Cruz. E nossa postura, durante a celebração eucarística, deve ser a de quem contempla esse mistério infinito de amor, de dor e alegria à vez: alegria pela redenção obtida, e dor pelo modo como foi obtida, a preço do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo; em suma, uma alegria contrita, profunda, que não nos impeça, por excesso de barulho exterior, de mergulhar no Mistério que se atualiza diante de nós, a fim de que possamos beber, diretamente da fonte de nossa Redenção, a graça necessária à vida cristã no dia-a-dia.
Diante do Sacrifício de Cristo, então, devemos nos colocar na situação da Virgem Maria, do Apóstolo Amado, de Madalena... ao pé da Cruz, compadecendo-nos das dores de Nosso Amado Senhor Jesus, com os sentimentos e atitudes que Nossa Mãe portava naquela Hora: dor pelos pecados dos homens – nossos pecados – que rejeitavam Seu Filho inocente; alegria e esperança porque a redenção se realizava e a Cruz e a morte não teriam a última palavra, e sim a Ressurreição e a Vida.
Muitos provavelmente estarão pensando que "Jesus ressuscitou", que a "Missa não tem de ser triste", que "a Missa (também) é um banquete", etc. É certo que há uma parte de verdade nessas afirmações, mas são verdades incompletas: diante da própria ressurreição devemos ter uma atitude de "assombro" (lembremos Maria Madalena, se ajoelhando, e o Senhor dizendo "não me retenhas"); uma atitude contrita, sóbria, reverente, não é sinônimo de tristeza; e só pode participar do Banquete do Cordeiro quem passa pela sua Cruz.
O clima de excessiva festa não ajuda a contemplar o Mistério da Cruz: a Missa é, essencialmente, da parte dos fiéis, contemplação da Cruz – ao contrário do que se pensa, a contemplação é a atividade mais plena, mais "ativa" do ser humano, um concentrar de todas as suas forças naquilo que se contempla – no sacrifício atualizado