O Aterro de Jardim Gramacho foi um crime cometido por 34 anos ao meio ambiente e a sociedade, seu fechamento por mais que suscite consequências sociais críticas e não seja uma imediata solução ambiental foi imprescindível para iniciar uma reforma de biossegurança. E deve servir de exemplo para o fechamento de outros lixões no Brasil. O Aterro de Gramacho não era controlado e como prova disso há o estrago causado pela poluição, portanto é mais justo considera-lo como um lixão e são estes que precisam deixar de existir. Mesmo com o fechamento, o destino do lixo é um problema, porque a reciclagem ainda é pouco realizada no Brasil, enquanto o consumo da população cresce junto à industrialização, e assim a importância de um polo de reciclagem para os ex-catadores de lixo é importante para o desenvolvimento da sustentabilidade. O lixo contamina o solo, a água, o ar, e consequentemente o ser humano. Entretanto também foi uma alternativa de vida para uma população de catadores de lixo de Gramacho, que dividiam seu espaço com urubus e outros animais, em uma realidade nada saudável e em condições deprimentes e que carecia de uma transformação, ou seja, a oportunidade de uma vida mais digna de direito humano. A conscientização de que existe vida fora do lixão foi exposta no documentário “Lixo Extraordinário”, em que o artista Vik Muniz por meio de seu trabalho trouxe reflexão e valor próprio aos catadores envolvidos. O lixão recentemente fechado continua sendo uma área degradada, no entanto agora pode iniciar uma longa jornada de reestruturação e salvação do Manguezal, por meio do tratamento do chorume e de uma usina de biogás para produção de uma energia alternativa que substitua o gás natural, energia não renovável. Portanto, não é uma solução imediata, mas é um trabalho com este fim.