sadf
Por fim a vergonha. Vergonha de ser brasileiro. Vergonha do Rio de Janeiro. Vergonha de saber que a cidade que trata daquela forma seus cidadãos é chamada de Cidade Maravilhosa. Vergonha de saber que o mundo inteiro assistiu o filme e pôde comprovar como tratamos aqui no Brasil os pobres. Vergonha de saber que o país está gastando uma fortuna de dinheiro nos preparativos da Copa e das Olimpíadas e não gasta um centavo para mudar a vida sofrida dos moradores de Gramacho. No filme o gerente do aterro deixa escapar, na maior naturalidade, o maior exemplo de inversão de valores do papel do Estado que eu já ouvi. Confiram o diálogo entre o gerente e Vik Muniz:
“G – Os catadores tiram 200 toneladas de reciclado por dia.
VM – Por dia?
G – É representativo a uma cidade de 400 mil habitantes.
VM – Caramba !! É mesmo?
G – Aí você vê a importância do catador hoje pra Gramacho é muita. Ele tá aumentando a vida útil”.
A autoridade conta com os catadores para aumentar a vida útil do aterro sanitário. Ou seja o Estado reconhece, oficializa (pois todos os catadores são identificados com coletes numerados), convive e se apóia na miséria humana dos catadores para aumentar a vida útil do seu aterro sanitário. Isso é o fundo do poço!!!!!!!!!
No filme um dos catadores faz uma brincadeira que reflete muito bem o que estou dizendo e que expõe uma realidade triste e cruel. Quando ele vê a equipe de filmagem ele grita: “Filma nois aqui para o mundo animal”. A desigualdade social é uma das piores formas de degradação moral, social e humana.
Por fim a vergonha. Vergonha de ser brasileiro. Vergonha do Rio de Janeiro. Vergonha de saber que a cidade que trata daquela forma seus