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Aqui em casa tenho uma mesa de trabalho… No quarto de Ivan Petróvitch. Quando fico exausto, com a cabeça completamente em água, lardo tudo e corro para aqui, e divirto-me com esta coisa uma horita ou duas… Ivan Petróvitch e Sófia Alenksândrovna estalam com as contas do ábaco, e eu estou ao pé dele, à minha mesa, a desenhar – e estou quentinho, sossegado, e canta o grilo. Mas raramente me permito um tal prazer, um dia por mês… (Mostrando o cartograma.) Agora, veja: isto é o mapa do nosso distrito tal como era há cinquenta anos. A verde-escuro e verde-claro, são as florestas; metade do território, como vê, compõe-se de florestas. Aqui, por cima do verde, onde está a rede vermelha, havia alces e cabras monteses… tanto a flora como a fauna estão aqui marcadas. Neste lado havia cisnes, gansos, patos e, como dizem os velhos, havia enchentes de passarada, um sem fim de aves, nuvens delas. Além das aldeias, pequenas e grandes, está a ver, aqui e aqui havia aldeolas novas, granjas, ermitérios do velho rito ortodoxo, moinhos de água… havia muito gado e cavalos. É tudo isto marcado a azul claro. Por exemplo, nesta comarca, a cor azul clara é muito densa; havia aqui manadas de cavalos, cada família camponesa tinha uma média de três cavalos.
Pausa
Vejamos agora aqui, mais abaixo. Isto era vinte e cinco anos atrás. Aqui, a floresta já ocupa apenas um terço do território. Já não há cabras, mas ainda há alces. O verde e o azul claro já são mais pálidos. Etc., etc. Passamos para a terceira parte - o aspeto do distrito atualmente. A cor verde, aqui e ali, não é contínua, mas por manchas; desapareceram os alces, os cisnes e os tetrazes. Das antigas aldeolas, das granjas, ermitérios e moinhos nem a sombra ficou. No geral, é um panorama de gradual e indubitável degradação, que só tem de esperar dez ou quinze anos para se tornar completa. Vai dizer-me que talvez estejam aqui em causa influências culturais, que as velhas formas de vida tinham naturalmente de ceder lugar às novas.