astros
Coluna Física sem mistério
Publicada no Ciência Hoje On-line
15/06/2007
O céu noturno, quando a Lua não está presente, é sempre uma visão maravilhosa. Se tivermos sorte de estar em um lugar pouco iluminado e sem poluição, como ainda é o caso em algumas localidades no interior do Brasil, podemos ver, em uma única noite, milhares de estrelas. No alvorecer da consciência humana, há milhares de anos, aprendemos a olhar para o alto e nos impressionar com as estrelas. Aqueles pequenos pontos de luz, de diferentes tamanhos e cores, dia após dia estimulavam a curiosidade de indivíduos que, embora sem entender o porquê daquele espetáculo, contemplavam e indagavam se aquilo influenciaria de alguma forma suas vidas.
Tamanha beleza somente poderia ter origem divina. As constelações, o nome que se dá aos agrupamentos de estrelas, eram vistas de diferentes maneiras para cada povo. Alguns enxergavam em sua disposição animais, monstros e seres mitológicos. Outros viam objetos do seu cotidiano e divindades das suas crenças.
Contudo, as estrelas que constituem uma constelação não têm nenhuma ligação física entre si. A estrela Alfa-Centauri, por exemplo, a mais brilhante da constelação do Centauro (figura mitológica grega meio homem, meio cavalo), está a 4,4 anos-luz (41 trilhões de quilômetros) de distância da Terra. Já a segunda estrela mais brilhante (Beta-Centauri) está à distância de 525 anos-luz.
Além disso, todas as estrelas da Via-Láctea se movimentam, girando em torno do centro dessa galáxia. O Sol, por exemplo, completa uma volta a cada 250 milhões de anos. Portanto, as constelações, por mais bonitas que nos pareçam, são apenas figuras que queremos enxergar nos céus – uma configuração momentânea, diferente das que existiram no passado e de outras que haverá no futuro, um reflexo dos nossos sentimentos, medos e crenças.
Na Antigüidade também se observavam alguns pontos luminosos que caminhavam perdidamente entre as