Assistencialismo
É do saber de todos que o Brasil é um país que apresenta desde a sua formação graves problemas sociais, dentre eles a pobreza presente em todos os estados brasileiros e a estratificação social que prejudica, exclusivamente, as famílias de baixa de renda, impossibilitados quase por completo de ascenderem socialmente por falta de oportunidade, isso somado a situação de extrema miséria faz que as famílias não tenham nenhuma perspectiva de vida. É nesse ponto que as bolsas assistenciais pretendem atingir por meio das ações afirmativas, proteger a classe mais necessitada e devolver a sua dignidade por meio da imposição de uma discriminação positiva para que as pessoas deixem de viver na extrema miséria e passem a ter uma condição de vida mais humana, o que é o mínimo se tratando do século XXI. Como é retratado na fala da socióloga Walquiria Domingues (2014), que reafirma a importância da política assistencialista como uma maneira de resgatar a humanidade das pessoas que antes não tinham nem o que comer e que por muito tempo foram abandonadas pelo o Estado.
Para se entender o papel das políticas assistencialistas primeiramente é necessário compreender o contexto histórico-social brasileiro que elas estão inseridas, um país que convive com alguns problemas crônicos como a estratificação social, tratada por Allan Johnson (1997) como processo social através do qual vantagens e recursos tais como riqueza, poder e prestigio são distribuídos de forma sistemática e desigualmente nas sociedades. A estratificação difere da simples desigualdade, uma vez que é sistemática. Baseia-se também em processos sociais identificáveis, através dos quais pessoas são classificadas em categorias como classe, raça e sexo. E no caso do Brasil esse processo é ainda mais explícito quando se trata das classes sociais, que dão menos ênfase a características imputáveis, tais como raça e antecedentes familiares, e mais a critérios