Assentamento Martines Mst
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Interfaces em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Ter de onde partir: uma experiência agroecológica no assentamento Martires de Abril – MST (Pará)1
Elen Cristina da Silva Pessôa2
Resumo
A proposta deste artigo é apresentar a experiência de agricultura de base agroecológica, que vem sendo implementada em um dos estabelecimentos do assentamento Mártires de Abril-MST/Pará, Município de Belém, Distrito de
Mosqueiro. Essa atividade é realizada no Lote Agroecológico de Produção
Orgânica – LAPO pertencente ao casal Mamede Oliveira e Teófila Nunes. O objetivo deste estudo foi verificar como se iniciou esse processo, a fim de compreender a sua forma de organização, bem como a proposta agroecológica a partir de um modelo de organização e reprodução social não mais caracterizado
Este artigo é dedicado ao camponês Mamede Gomes de Oliveira (In Memoriam), um grande defensor da reforma agrária. Homem do campo que implementava e difundia a agroecologia
2 Economista, Especialista em Desenvolvimento de Áreas Amazônicas, Mestre em Planejamento do Desenvolvimento pelo Núcleo de Altos Estudos
Amazônicos (NAEA/UFPA), associada do Instituto Amazônia Solidária e
Sustentável – IAMAS. E-mail: elenpessoa@yahoo.com.br
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Revista IDeAS, v. 6, n. 2, p. 9-27, 2012.
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como coletivo ou semicoletivo, mas individual. Por meio deste trabalho foi possível observar as dificuldades em implementar essa agricultura no assentamento, tendo como um dos fatores a ausência de políticas direcionadas ao assentamento que possam atender às necessidades de implementação de uma agricultura de base agroecológica.
Palavras-chave: agricultura camponesa; agronegócio; desenvolvimento rural.
Abstract
The aim of this article is to present the agro ecological experience being implemented in one of the establishments of Mártires de Abril-MST Settlement
/Pará, Municipality