ASPECTOS HIST RICOS DA EDUCA O DE JOVENS E ADULTOS
Enquanto educadora de educação de jovens e adultos anos iniciais há mais de 15 anos, e há três anos na Escola Profª. Sylvia Simões Magro, sempre observo o público que procura matrícula nessa modalidade de ensino e percebo que este é bem diferenciado tanto com relação a idades, regionalismos, vivências, quanto a trajetórias escolares e interesses. São senhoras religiosas que participam ativamente das questões comunitárias, conselheiros de associações de moradores, adolescentes, portadores de necessidades especiais, jovens e adultos trabalhadores e trabalhadores do mercado informal.
Arroyo descreve as características da demanda da Educação de Jovens e Adultos
(EJA)
[...] Desde que EJA é EJA esses jovens adultos são os mesmos: pobres, desempregados, na economia informal, negros, nos limites da sobrevivência.
São jovens e adultos populares. Fazem parte dos mesmos coletivos sociais, raciais, étnicos culturais. O nome genérico: educação de adultos oculta essas identidades coletivas. Trata-se de trajetórias coletivas de negação de direitos, de exclusão e marginalização; consequentemente a EJA tem de se caracterizar como uma política afirmativa de direitos de coletivos sociais, historicamente negados, tem de ir além das formas genéricas de tentar garantir direitos para todos. Trata-se de direitos negados historicamente.
(Arroyo, 2006, p. 28-29)
O público de EJA é geralmente o educando adulto migrante que em consequência dessas várias mudanças, pouco ou quase nada estudou, a migração é marcada pela sobrevivência, pois são pessoas marginalizadas social e economicamente. Investigando a retomada da vida escolar por parte adultos migrantes na cidade de São Paulo,
FROCHTENGARTEN (2009) destaca os desafios envolvidos nesta passagem que envolve
“rupturas de ordem material e simbólica em seu jeito de viver”. (p. 39). Nesse sentido, o autor nos alerta sobre a importância de atentarmos para as experiências vividas pelos educandos nesta condição: “... apenas quem já se