Aspectos da força de trabalho feminina no mercado paraense
Os estudos que tratam o mercado de trabalho do Brasil sob a ótica do gênero dos trabalhadores destacam, invariavelmente, uma crescente e sistemática participação feminina ao longo das últimas quatro décadas. Enquanto em 1970 apenas 18,5% das mulheres de 10 anos e mais de idade eram economicamente ativas, em 2000 esse número mais que duplica, ao atingir 44,1%, conforme revelam os Censos Demográficos do IBGE.1 Esse comportamento, que para vários estudiosos constitui-se num dos fatos mais marcantes da sociedade brasileira na atualidade, é decorrente de uma combinação de fatores econômicos e culturais desencadeados mais expressivamente nos países ocidentais a partir da década de sessenta, e que contribuíram para uma redefinição dos papéis femininos, dando-lhes maior visibilidade no mundo do trabalho e na política. Entre esses fatores, podem-se enumerar: o avanço da industrialização e, como conseqüência natural, o aumento da urbanização a partir da década de 70; forte terceirização da economia na década de 90; o ressurgimento do movimento feminista influenciando o comportamento e os valores sociais das mulheres, dentre estes a disseminação do uso da pílula anticoncepcional que muito contribuiu para a queda das taxas de fecundidade. Contudo, em que pese os avanços registrados até aqui, as desigualdades de gênero no mundo do trabalho, ainda são expressivas, na medida em que as mulheres apresentam, em relação aos homens, menores taxas de participação, maiores taxas de desemprego e menores rendimentos, entre outros aspectos. A participação feminina no mercado de trabalho paraense: Tomando por base os dados da PNAD 2009 (os mais atuais disponíveis no IBGE) verifica-se que, no Pará, cerca de 1,4 milhões de mulheres estavam no mercado do trabalho na condição de ocupadas ou procurando uma ocupação. Retrocedendo aos últimos cinco anos, esse número representou a entrada de 78,4 mil mulheres a mais no mercado de