Aspectos da escravidão

Aspectos da escravidão no Rio Grande do Sul

A história do povo africano por vezes é esquecida em nosso cotidiano. Escolas, universidades, não resgatam a origem deste povo, e os direitos permanecem desiguais. Para contrariar esta idéia, iniciativas governamentais e educacionais tem atuado no sentido da inclusão destas origens nos currículos escolares de forma a se tornar ponto de reflexão nas discussões de todos.
A presença dos escravos africanos se deu no Rio Grande do Sul inicialmente no sul do estado, nas charqueadas. Além desta área de trabalho, faziam-se presentes nas cidades, assim como em todo o país, sendo alugados a terceiros, ou prestando serviços de mão-de-obra barata, em troca de sua autonomia.
Os negros vieram para terras gaúchas, e eram a terceira população dentro do país. Auxiliaram no desenvolvimento cultural e econômico de nosso estado, fato que ainda é contrariado por aqueles que consideram uma região “branca”. Sua presença nas charqueadas, mais especificamente na região pelotense, foi peça fundamental para a impulsão das exportações gaúchas, que tinham como carro-chefe, o charque.
A democracia riograndense não esteve presente no tratamento diário destes escravos. Assim como em outras regiões do país, eram maltratados, sofriam as conseqüências de qualquer ato que seu amo ou ama considerasse desleal ou desobediente. A imaginação de um regime mais brando pode ser esquecido, pois para os senhores e a sociedade gaúcha, não passavam de quaisqueres. Fuga era a solução para aqueles que quisessem se livrar do sistema, por isso, qualquer descuido tinha como conseqüência a evacuação escravil. E com isso ocorria a formação dos quilombos, pouco estudados em nosso estado. Não se sabe ao certo quantos foram formados, e onde se localizavam, sabe-se apenas que eram constituídos não apenas por escravos fugidos, mas também por toda a população excluída das relações sociais: escravos em fuga e brancos pobres que não tinham espaço nas sociedades. Os quilombos