Evolução Histórica do Trabalho Escravo
A escravidão existe desde os primórdios dos tempos, quase tão antiga quanto a humanidade. Desde as passagens bíblicas, perpassando pelas civilizações da Grécia e Roma antiga, a História nos comprova a existência deste fenômeno, que ainda é perpetuado nos dias atuais.
Ressalvadas as diferenças culturais e temporais, é de suma importância o estudo do surgimento da escravidão, para compreendermos o conceito de trabalho escravo atualmente.
O filósofo francês Lamennais descreveu o nascimento da escravidão no mundo da seguinte forma:
Houve outrora um homem mau e maldito do céu, e esse homem era forte e odiava o trabalho, de sorte que disse de si para si: como ei de fazer se não trabalhar, e o trabalho me é insuportável? Então um pensamento entrou-lhe no coração. Ele saiu de noite, e apanhou alguns de seus irmãos dormindo e carregou-os a ferros. Porque, dizia ele, eu os forçarei com vara e com azorrague a trabalhar para mim e comerei o fruto de seu trabalho. E ele fez o que tinha pensado e outros, vendo isso fizeram o mesmo e não houve mais irmão: houve senhores e escravos1
Segundo os versículos da Bíblia, a escravidão originou-se do pecado de Cã, que foi amaldiçoado por Noé e condenado a ser escravo de seus irmãos.
Na Grécia e na Roma antiga, a escravidão apareceu como uma instituição social, na qual a prática era regulamentada e amplamente aceita pela sociedade da época. Aristóteles, escravocrata convicto, defendia que a escravidão advinha da diferença das raças, e preconizava ser algo natural a certos homens “... são escravos por natureza, nascidos para servir, para fazer o que são mandados.”2
Os escravos da antiga Grécia, em sua maioria eram prisioneiros de guerra, outros eram trazidos de pequenos territórios adjacentes. Destaca-se que nesta civilização, culturalmente as qualidades dos escravos e escravas eram apreciadas, a beleza e a inteligência cultuadas. Sob certo aspecto, preservava-se a dignidade do homem