Raízes Históricas da Desigualdade em Santa Catarina
A dissertação intitulada Raízes históricas da desigualdade em Santa Catarina propõe que se meça o grau de disparidade na distribuição da renda no território catarinense em um determinado período, em seguida analisando sua evolução, e que também se identifique os fatores de longa duração que exercem influência relevante na estrutura distributiva do estado. No trabalho, o autor acentua que as origens da desigualdade social estão relacionadas ao processo de exploração ocorrido no período colonial, fator que seria determinante para a estratificação social ao longo da história. Segundo ele, “a desigualdade, por sua natureza estrutural, necessita de períodos mais longos para sua completa manifestação” (2012, p. 29). Há, contudo, diferenças pontuais entre a evolução das raízes históricas de nossa colonização em Santa Catarina e no restante do país. Como se sabe, a sociedade brasileira foi organizada com base no latifúndio, monocultura e trabalho escravo, características facilmente perceptíveis no nordeste brasileiro. Contudo, nota-se, no estado catarinense, um processo de organização socioeconômico distinto: de acordo com Ferreira, “como consequência da ausência da grande lavoura [...], desenvolveu-se na região meridional do Brasil a produção em pequena propriedade, onde o trabalho escravo nunca foi predominante” (2012, p. 84). Isso se deveu ao fato de que “a utilização do escravo no território catarinense não se justificava economicamente, uma vez que não houve na região o desenvolvimento da produção de produtos tropicais voltados para a exportação” (2012, p. 31), desse modo, limitando a necessidade do emprego do trabalho escravo no estado. Infere-se, portanto, que o estado de Santa Catarina, andou na contramão da ideologia nacional. “No caso do Brasil, as relações desiguais de poder, criaram o latifúndio e, segundo Vieira [...], ‘a mais desigual de todas as relações sociais [é] a